quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vinhos - A importância do rótulo na decisão de compra

O processo de decisão de compra envolve vários factores que variam de acordo com os níveis de conhecimento e com os níveis de informação previamente recolhidos.
Para os consumidores mais esclarecidos, o processo de compra decorre num espaço de tempo mais curto, podendo quase resumir-se ao momento em que entra na loja e se dirige ao linear onde está o vinho que pretende adequir, pegar na garrafa, dirigir-se ao balcão, pagar e ir embora.
Para os menos conhecedores ou para os mais experimentalistas - que são a grande maioria - o processo de decisão envolve outros factores, que podem ser influenciados pelo aconselhamento no momento da compra ou a atracção que o produto consegue exercer.
Para todos, o elemento rótulo pode contribuir para uma decisão mais rápida ou mais esclarecida, mas acima de tudo mais emocional.
Na verdade, o rótulo deverá sempre funcionar como uma peça de comunicação, peça essa que conta a história, realça alguns factores importantes para o consumidor ou permite destacar e diferenciar o produto.
Um rótulo de vinhos deve ser o mais simples e atractivo possível, deve conter a informação que o consumidor procura e deve ainda conter o tal elemento de atracção. Não deve conter elementos a mais - ruído - nem elementos a menos - vazio.
Por tudo isto, o rótulo é o mais importante elemento influenciador da tomada de decisão da maioria dos consumidor.
Mas então, o que deve conter um rótulo?
É simples, como já disse, deve conter tudo quanto for importante para o consumidor. E é aqui que reside o problema.
Como se sabe, o processo de decisão de compra é, sobretudo um processo emocional. O consumidor compra de forma emocional, mas influencia-se por factores racionais.
Analisando algumas das maiores marcas do mundo, encontramos em todas elas os elementos fundamentais de um rótulo - a marca, um elemento visual e uma informação útil para o consumidor.
A escolha destes elementos deve ter em conta a falta de informação do consumidor:
Quantos consumidores conhecem a nossa marca? Quantos consumidores já ouviram falar dela? Como conseguimos despertar o interesse dele? Como o conseguimos atrair? O que é que o consumidor quer saber de nós? Como podemos contribuir para que o momento de consumo seja um momento de prazer - logo, de emoções?
Na escolha do nosso rótulo, devemos focar-nos no consumidor. Afinal, ele é o garante do nosso sucesso. E, no caso dos vinhos, a maioria do consumidor é pouco informado, pouco esclarecido e espera que o ajudemos a decidir.
Para dar alguns exemplos, nos últimos tempos a tendência tem sido a de criação de rótulos minimalistas. Confesso-vos que para mim, um papel branco com letras pretas não é um rótulo. É uma etiqueta. E a utilização de um animal como elemento visual está-se a tornar prática corrente e fórmula repetida, diminuindo o carácter diferenciador.
Os pretos e dourados, os brancos e as pratas, quando utilizados sem os cuidados necessários, dificultam a identificação visual do consumidor, pois os reflexos de luz afectam a identidade do rótulo.
Por outro lado, o recurso a elementos visuais/gráficos muito lineares e geométricos imprime alguma frieza.
Penso que é possível fazer mais e melhor. É altura de inovar, reinventando. Inovar não significa fazer mais caro.
Termino com um exercício: como é que se explica a alguém qual a garrafa que queremos que ela encontre no linear do supermercado ou na garrafeira, e da qual não nos lembramos do nome?
É uma garrafa que tem um rótulo branco com letras pretas? Quantas vai encontrar?
É uma garrafa que tem um passáro? Quantas existem assim?
É uma garrafa que tem uma paisagem do douro? Quantas existem?
É uma garrafa que tem um sobreiro ou uma planicie? Quantas vai encontrar?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aerosoles diz "não ter condições" para pagar salários de Outubro

De acordo com uma notícia recente da Agência Lusa, veiculada por vários meios de comunicação, a Investvar, detentora dos direitos comerciais da marca Aerosoles para a Europa, Àfrica e Médio Oriente, está em risco de insolvência.

No site da Aerosoles, na secção de notícias, a Investvar anuncia que deixará em Fevereiro de 2010 a marca Aerosoles, lançando a sua marca própria Move On.
A falta de liquidez é a principal razão apresentada para este cenário.


Lembro-me de, quando ainda estudante, ter estado num congresso de marketing onde um dos case studies apresentados era, precisamente, a Aerosoles. Ainda há cerca de dois anos, num outro congresso, voltou a ser apresentado o case studie "Aerosoles".
Será para mim, neste momento, muito fácil especular sobre este assunto, pois nunca consegui perceber esse case studie.
Na verdade, olhando para o calçado por eles produzido, era-me difícil acreditar em tal sucesso.
O trabalho de distribuição, esse sim, parecia-me muito bom. A marca estava bem exposta, com lojas próprias, de rua e de shopping, sempre muito bem localizadas e com um layout agradável e chamativo.
O problema, sempre achei, era que o calçado Aerosoles apostava tudo no conforto e qualidade, mas não apostava no design. Era pouco atractivo, com linhas desactualizadas e sem qualquer glamour.
Nestes anos mais recentes, o aparecimento de concorrência de peso poderá ter pesado, também, neste desfecho que se antevê.

Geox. Penso que todos conhecem esta marca.
Mais uma vez, com uma excelente aposta na distribuição, ainda que com um crescimento lento, a Geox aposta na qualidade, na no conforto, no design e na inovação – para mim, design e inovação são os pontos de diferenciação mais importantes na indústria do calçado.

Os sapatos, mais do que uma commodity, são uma peça de design, de moda, de luxo, de desejo e de diferenciação social. Poucos são aqueles que compram sapatos apenas pela sua utilidade. O que usamos nos pés é algo que nos diferencia, algo que nos confere status ou que transmite um pouco do que nós somos, pessoas mais trendy, ou mais clássicas, não importa.
A Geox, não sendo a empresa com mais design é, pelo menos, uma das empresas com mais inovação, factor, também ele, extremamente importante nesta indústria.
Sem o aspecto ou o toque das grandes marcas de calçado, consegue aliar uma boa dose de design a uma imensa dose de inovação.

Quero com esta pequena abordagem demonstrar apenas que não obstante a qualidade do produto, ou uma grande capacidade de distribuição, é necessário ir mais além.
Na área alimentar talvez não seja necessário um grande rasgo ao nível do design e a qualidade é um pressuposto base, mas seguramente que é necessário um enorme rasgo ao nível da inovação.
Inovação nos processos, inovação na produção, inovação na embalagem, inovação nos rótulos e inovação na distribuição. O mercado tem sempre espaço para a inovação!

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